terça-feira, agosto 22, 2006

Rebaixamento da linha férrea deve ficar concluído em 2008

A obra de rebaixamento da linha férrea em Espinho está a ganhar forma. Construídas as paredes da rampa norte de acesso ao túnel, a vala já está a ser escavada, começando a aproximar- -se daquela que vai ser a entrada do túnel propriamente dito.

Além dessa, estão em curso mais três frentes de obra. Concluída a parede poente da rampa sul, prossegue a construção da parede nascente, isto enquanto estão já a ser construídas as paredes do futuro túnel. Entretanto, decorrem os trabalhos de reposição de infra-estruturas de serviços afectados, tais como as redes de saneamento e de águas pluviais e a rede telefónica.

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(in Jornal de Notícias, 22 Agosto 2006)

quinta-feira, junho 29, 2006

Privados poderiam financiar um túnel maior

A Associação Cívica de Espinho (ACE) vai dar a conhecer brevemente um estudo financeiro que possibilitaria o financiamento da obra de enterramento da linha férrea, nomeadamente o prolongamento do túnel a Norte e a Sul. O estudo terá por base uma parceria público/privada, parceria essa que partiria da possibilidade de rentabilização da futura área liberta e consequente requalificação, bem como das frentes que confinam na zona actualmente ocupada pelo caminho-de-ferro. A ideia é criar uma nova centralidade envolvendo toda a zona e não apenas os terrenos libertos.

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(in Jornal de Notícias, 28 Junho 2006)

terça-feira, junho 06, 2006

Comunicado: Um Apelo A Espinho

Desde Março de 2005 temos vindo a denunciar os graves erros do processo de enterramento da linha-férrea, desde a inexistência de discussão pública, á falta de estudo de impacte ambiental em todas as zonas de intervenção, assim como ao projecto na sua extensão e localização.

Temos chamado a atenção do poder politico autárquico e governamental para os elevados prejuízos morais, sociais e económicos advindos pela eventual realização de rampas de acesso ao túnel ferroviário frente ás habitações na zona da Marinha, assim como barreiras de 4,5 metros de altura á frente das habitações.

Temos demonstrado, que uma Obra orçada em 60 milhões de euros não pode resumir-se á execução de um pequeno troço de enterramento da linha-férrea, deixando de fora desta mais valia para a cidade a população imediatamente a sul de cerca de 5000 pessoas, retirando-lhe a qualidade de vida que tinham antes do início das obras, a qualidade ambiental e o espaço de movimentação.

Temos reclamado que o prolongamento do túnel ferroviário em mais 400 metros é um dever da REFER em consonância com a Câmara Municipal, para salvaguardar a existência de um autentico gueto na cidade ( o fecho com muros da área habitacional da Marinha) e este complemento ao projecto (que é pouco conhecido) não o encareceria, antes dar-lhe-ia mais consistência.

Ao longo do tempo fomos bombardeados com inverdades relacionadas com o aumento substancial dos custos e com a impossibilidade técnica da alteração preconizada.
Ora o debate sobre esta temática realizado pela Associação Cívica de Espinho em Maio 2006 veio confirmar aquilo que sempre apregoamos: O projecto está mal concebido para os anseios e interesses da população de Espinho, é de duvida visão futurista e o custo do complemento exigido pela população da Marinha não ultrapassa os 0,4% do custo previsto.

Perante tão clara evidência patenteada pelos técnicos no dito debate vem o MOPELIM apelar a todas as forças vivas do concelho de Espinho ( partidos políticos, associações, etc) que se unam esforços para exigir a imediata alteração ao projecto de enterramento da linha-férrea com o prolongamento a sul de pelo menos 400 metros de túnel ferroviário, aproveitando o caudal da ribeira de Silvalde para a realização de projectos lúdicos.

PROPOMOS para Espinho uma obra que seja apreciada e elogiada por todos e não uma obra criticada, reprovada e glosada.

MOPELIM
(Movimento pró-enterramento da linha férrea na Marinha)

sábado, junho 03, 2006

Providência Cautelar: Sim ou Não?

Pouco se sabe e mais devia ser feito. Esta foi a ideia expressa por especialistas e cidadãos espinhenses, sobre o enterramento da linha-férrea, no debate promovido pela Associação Cívica de Espinho. Os atrasos na obra, o desconhecimento por parte da população sobre o que está a acontecer e os efeitos negativos que vão sofrer com um projecto “secreto” levaram a que fosse proposto o requerimento de uma providência cautelar que a obra pare e seja reequacionada e discutida.

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(in Jornal de Espinho, 31 de Maio de 2006)

Obra na linha ainda envolta em polémica

O presidente da Câmara de Espinho, José Mota, garantiu, anteontem à noite, perante a Assembleia Municipal, que foi feito um estudo de impacte ambiental no âmbito do projecto de rebaixamento da linha-férrea.

A questão havia sido levantada durante um debate promovido pela Associação Cívica de Espinho, na passada sexta-feira, no qual foi dado a conhecer uma carta da REFER a um munícipe, datada de 2003, na qual é referido que "o projecto actual de rebaixamento da via dupla não está sujeito a Avaliação de Impacte Ambiental, porquanto se concluiu pela dispensa, conforme parecer veiculado pelo Instituto do Ambiente do Ministério da Cidades, Ordenamento do território e Ambiente". Um documento que foi dado a conhecer também à Assembleia por José Carlos Santos, do PSD/CDS-PP, que, por isso mesmo, acusa José Mota de estar a mentir.

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(in Jornal de Notícias, 03 de Junho de 2006)

segunda-feira, maio 29, 2006

Obra não se atrasou por causa das rochas

Fernando Noronha, especialista em Geologia da Faculdade de Ciências do Porto, não acredita que o atraso na obra de rebaixamento da linha-férrea em Espinho se deva à "descoberta" de uma formação rochosa no subsolo. Num debate promovido pela Associação Cívica de Espinho, Fernando Noronha deixou bem claro que a geologia de Espinho é bem conhecida, tendo sido alvo de estudos publicados desde o início do século XX.

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(in Jornal de Notícias, 29 de Maio de 2006)

segunda-feira, março 13, 2006

O "sacrifício" dos lojistas

"Tanto tempo para fazer uma obras destas?", questiona-se José Campos, proprietário de uma ourivesaria a poucos metros da estação ferroviária. Não lamenta os incómodos causados pela obra, nem se queixa que o negócio tenha sofrido com a intervenção. "Há que fazer um pouco de sacrifício", admite. O que não compreende é o tempo despendido. "Um ano e tal é muito, se fosse noutro país já estava pronto", sentencia. Óscar Lopes, dono de uma loja de artigos diversos, defende que o dinheiro poderia ser canalizado para outros projectos. Por exemplo, para "um hospital com melhores condições". "Eles dizem que a obra é importante, mas tinham mais onde gastar o dinheiro", defende. "A linha estava muito bem, era tradicional, mas eles é que sabem, eles é que mandam", conclui.

(in Público, 13 Março 2006 / sem ligação)

Moradores temem que obra da linha férrea de Espinho transforme Bairro da Marinha num gueto

Movimento defende mais 400 metros de túnel para enterrar a linha férrea. Câmara rejeita solução e rebate tese de isolamento

Há um ano, os moradores do Bairro da Marinha, freguesia de Silvalde, Espinho, manifestavam o seu descontentamento pelo início das obras de enterramento da linha férrea. Os habitantes estavam insatisfeitos com a colocação dos taipais. Um ano depois, a crítica sobe de tom e vem acompanhada do receio do isolamento a que o projecto poderá condenar o aglomerado habitacional. Na impossibilidade de ver vingar uma proposta alternativa para o túnel, a população teme que o bairro possa vir a transformar-se num gueto.

O Movimento Pró Enterramento da Linha Férrea na Marinha de Silvalde (Mopelim), criado na altura do protesto, não tem dúvidas. Samuel Pereira, um dos elementos do grupo, refere que a anunciada construção de um muro, com uma altura de 1,5 metros de betão mais três de protecção acrílica, vai isolar o bairro e prejudicar cerca de cinco mil habitantes. "Com o muro a nascente e o mar a poente, um muro a sul do clube de golfe e a fundação de arte e cultura a norte, ficaremos emparedados", refere. "O Bairro da Marinha ficará isolado, ficaremos "guetizados"", reforça.

Perante o cenário, o responsável antevê desde já um futuro cinzento. "O comércio desaparecerá daqui, os cafés, supermercados, restaurantes. O turismo também. Deixaremos de ter acesso ao centro da freguesia, à igreja, às escolas. Assistiremos a uma desvalorização dos imóveis". "Haverá um empobrecimento de toda a zona", garante.

Segundo Samuel Pereira, os comboios passarão na zona do Bairro da Marinha em vala, ou seja, já em descida para entrar no túnel, erguendo-se um muro de cerca de 4,5 metros de altura a separar a linha férrea da comunidade piscatória. Uma solução que desagrada ao elemento do Mopelim, que avança uma alternativa. "Mais 400 metros de túnel", defende. Desta forma, a linha ficaria enterrada na parte que abrange a Marinha e não prejudicaria a população. "Não podemos acreditar que, como disse o senhor José Mota [presidente da Câmara de Espinho], o prolongamento do túnel em 400 metros custe mais 125 milhões de euros", aponta.

Entretanto, o Mopelim já ouviu falar na construção de duas passagens inferiores, mas não se mostra convencido. "Queremos ver isso no papel", reclama Samuel Pereira. "A única coisa que queremos é que a zona da Marinha não seja prejudicada em relação à zona urbana de Espinho", destaca.

Conclusão da empreitada prevista para 2007
O descontentamento estende-se ainda ao novo figurino da Avenida de João de Deus, paralela à linha férrea. "Tinha 12 metros de largura e está com quatro, como irá ficar. A avenida deixa de ser uma avenida e passa a ser uma ruela", critica. As perguntas surgem, por conseguinte, em catadupa. "Quem autorizou a câmara a "vender" a Avenida de João de Deus à Refer?". "A população foi ouvida?". "Onde estão os estudos de impacte ambiental?". "Onde estão os projectos alternativos?".

O vice-presidente da Câmara de Espinho, Rolando Sousa, adianta que prolongar o enterramento da via férrea em mais 400 metros "poderá ser viável do ponto de vista técnico, mas inviável do ponto de vista financeiro". Tudo porque, adianta, "seria necessário fazer um outro projecto", com tudo o que isso implica. Além disso, sustenta, o túnel teria de passar por uma linha de água, ou seja, pela ribeira de Silvalde. "O que poderia trazer alguns problemas de carácter ambiental", alerta.

O autarca rejeita, contudo, que o Bairro da Marinha fique isolado. "Existirão duas passagens inferiores, uma para carros e outra para peões", aduz. E acrescenta: "A linha férrea não vai poder ser atravessada em qualquer ponto, como hoje acontece, mas isso iria acontecer com o projecto de supressão das passagens de nível sem guarda".

Segundo as últimas previsões, o enterramento da via férrea em Espinho, que envolve um investimento de cerca de 60 milhões de euros, estará concluído no final de 2007. O PÚBLICO tentou, sem sucesso, contactar com o presidente da Câmara de Espinho, José Mota.

(in Público, 13 Março 2006 / sem ligação)

sábado, março 04, 2006

Enterramentos e Desenterramentos (parte III)

iniciar aqui: parte I / parte II

Para finalizar esta sequela de textos sobre o decurso da Assembleia Extraordinária, não se pode passar incólume sobre o pormenor, que no caso toma dimensões de por maior, avançando publicamente que o almejado prolongamento do enterramento da linha férrea acarretaria um acréscimo nos custos no valor de 25 milhões de contos! A que se somaria o valor da obra actual, avaliada entre 12 a 15 milhões de contos, no total, então de 37 a 40 milhões de contos.

Mais uma vez, o sr. Presidente tem de explicar esta fuga para a frente, tentando a todo o custo silenciar os que pensam e admitem um projecto diferente, através das mais baixas manobras, lançando publicamente um valor sem qualquer sustentabilidade assente em qualquer tipo de análise, quer técnica, quer financeira. Está claro, sr. Presidente, que ninguém acredita nos valores que indicou! Ainda mais quando tem a desfaçatez de, posteriormente num outro momento, ‘esclarecer’ que o valor advém de cálculos efectuados pelo próprio, contando com a ajuda de técnicos da REFER.

De novo, o problema é que se partiu de uma base errada. Partiu-se de uma situação em que nunca se tiveram verdadeiramente em conta as diferentes alternativas que se colocavam, nem nunca foram consideradas variantes aos projectos, nem realizados os respectivos estudos de custos/benefícios associados a cada alternativa em causa.

Convém relembrar que esta análise custos/benefícios deveria ter tido em conta não só os aspectos técnicos e financeiros imediatos, mas também os custos de oportunidade de realização inerentes a cada uma das alternativas. Só desta maneira seria possível pesar e quantificar, na medida do possível, os efeitos positivos e nocivos associados a cada eventual proposta, quer do ponto de vista físico, quer do ponto de vista da facilitação ou dificultação do maior ou menor desenvolvimento das dinâmicas sociais e humanas, e do desenvolvimento urbano da área envolvente.

Ou seja, ainda que o prolongamento possa sair ‘mais caro’ do ponto de vista estritamente financeiro e contabilístico da execução física da obra em si, esses custos poderão ser inferiores aos custos não contabilizados no âmbito do projecto actual, e que se referem aos seus efeitos negativos, à necessidade de obras complementares para diminuir tais efeitos, e aos enormes e gravíssimos custos sociais, não avalizados nem internalizados no custo do actual projecto, referentes à repartição e incremento do isolamento de partes de cidade, e aos custos sociais correspondentes. Isto é, não se está a ter em conta o facto de não se estar a construir cidade, a interligação e intercomunicabilidade entre as suas diferentes áreas integrantes, mas antes o processo oposto à construção de cidade.

Chegados aqui, neste actual processo, atingiu-se uns tais sentimentos de descrédito que mesmo que agora surjam todos e quaisquer estudos, estes serão sempre alvo da maior suspeita. Não é caso para menos. Se até ao momento a dificuldade foi enorme em justificar prontamente e autenticamente o projecto em curso em detrimento de outras opções, o mais certo é acontecer que, como é hábito, surjam precisamente os documentos certos.

Relembro aqui a magnífica série ‘Yes, Minister / Sim, Sr. Ministro’, em que a episódio tantos o dedicado ‘public servant’ sir Humphrey Appleby se dirige ao Ministro indicando-lhe que para obter os ‘resultados certos’ da realização de determinados estudos e avaliações, o que teria de fazer era acertadamente contratar as ‘pessoas certas’.

Mas desta Assembleia há claramente uma grande conclusão a reter. É a de que este projecto se tornou mais importante para o sr. Presidente do que para Espinho e para os espinhenses. Chamando a si um processo que, inicialmente, julgava mais acessível do que o que se veio a revelar, viu-se depois embrenhado num processo de ramificações e de necessidades discutíveis, comprometendo-se de tal forma, mesmo a nível individual, com o resultado final, que não teve outro remédio que não fosse empenhar-se a fundo, e ao fim e ao cabo, perante a dificuldade viu-se obrigado a aceitar o que lhe deram, mesmo que não servisse os interesses de Espinho. Mas servia os seus interesses. É que rejeitar este enterramento lhe custaria muito caro politicamente, sabendo que todos lhe cobrariam a falha de não ter conseguido. Mais do que a questão do enterramento, era a questão da sua afirmação / confirmação política. Foi isto que o sr. José Mota, Presidente da Câmara Municipal de Espinho disse na sua longa intervenção na noite de quinta-feira em que se realizou a malfadada reunião.

Sr. Presidente da Câmara, o desenvolvimento de Espinho é mais importante do que o futuro imediato e particular de que qualquer um de nós!

Tito Miguel Pereira

(in Defesa de Espinho, 02 Março 2006 / sem edição online)

sexta-feira, março 03, 2006

A invasão do marketing / denúncia de João Paulo Meneses

'A invasão do marketing' foi como o jornalista João Paulo Meneses intitulou a sua denúncia, há um ano atrás (3 de Março de 2005), de uma 'notícia' paga (?) pela Câmara de Espinho no Jornal 'O Comércio do Porto' (entretanto encerrado):

citação:

A invasão do marketing
A página 5 de O Comércio do Porto de hoje apresenta um caso a merecer atenção:
publica como publicidade (?) (paga?), em meia página, uma notícia intitulada "Administrador da Refer visita obras de enterramento da linha férrea em Espinho".
O texto em causa está assinado, mas no final aparece a enigmática expressão "Comunicado de Imprensa". Tirando isso e o tipo de letra usado, é uma notícia igual às outras (nem sequer aparece o habitual "Especial" ou "publireportagem"). Mas, na verdade, não o é!
O que espanta neste caso em concreto é por que é que a Câmara de Espinho pagou (?) por uma notícia que seria notícia de qualquer forma (é-o no JN de hoje, pág. 26)!

fim de citação

ligação:
http://ouve-se.blogspot.com/2005/03/invaso-do-marketing.html

a notícia no Jornal de Notícias de 03 Março 2005:
clicar aqui

segunda-feira, fevereiro 27, 2006

MOPELIM diz que silvaldenses não falam por medo de perderem os empregos

Movimento para o Enterramento da Linha na Marinha diz que as pessoas de Silvalde não falam porque estão “dependentes” da Câmara.

O enterramento da linha-férrea tem provocado grande polémica, especialmente por causa do problema na zona de Silvalde. O JE foi ouvir o que pensa o Movimento Pró-Enterramento da Linha-Férrea na Marinha (MOPELIM), que afirma que as obras estão a isolar os habitantes, “vistos como de segunda” pelos responsáveis pelo projecto. E os moradores da Marinha estarão do lado do MOPELIM e só não falam, garante o movimento, porque estão dependentes profissionalmente da Câmara Municipal de Espinho. Samuel Pereira, face visível da iniciativa, afirma querer que a obra pare, caso não se prolongue o túnel.

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(in Jornal de Espinho, 27 Fevereiro 2006)

sexta-feira, fevereiro 24, 2006

Enterramentos e Desenterramentos (parte II)

iniciar aqui: parte I

Ainda sobre reunião extraordinária da Assembleia Municipal de Espinho (AME). Um outro vogal veio reclamar que não se poderia andar para trás e para a frente nas deliberações e nas decisões tomadas na AME, referindo-se à pretensão de se votar um determinado documento que supostamente contrariava outros já votados e aprovados, alguns até por unanimidade. Neste ponto, que por princípio estou de acordo, segundo o qual não se pode andar ao sabor das marés, tenho que no entanto ressalvar que importa ter em conta que em muitas situações é necessário corrigir o rumo para distinguir ilegalidades de ilícitos. Serve isto para dizer que embora todo o processo e todas as decisões tomadas na Assembleia Municipal não contrariem a lei, isto é sejam legais e politicamente válidas, podem no entanto configurar ilícitos, isto é, originar situações contrárias a princípios e a valores jurídicos. Neste caso, poder-se-á estar na preparação de uma ilicitude urbanística, por exemplo.

De igual modo, a intervenção do sr. Presidente da Câmara é merecedora de grandes reparos. Desde logo, porque ao longo do imenso tempo em que discorreu, não explicou o que devia explicar, e limitou-se a proceder a uma elencagem comentada da cronologia dos contactos com a REFER e com os diferentes governantes, numa espécie de ‘José Mota, o Governo e a REFER: correspondência trocada’ (não querendo eu, claro está, desmerecer o trabalho de José Freire Antunes em ‘Salazar e Caetano: Cartas Secretas’).

Depois porque o sr. Presidente da Câmara refere a existência de um Estudo de Impacte Ambiental, como que querendo dizer: vejam, está tudo bem. Até temos um Estudo de Impacte Ambiental! O que o sr. Presidente da Câmara não disse é que o tal Estudo de Impacte Ambiental, realizado em 1996, no âmbito do Projecto de Modernização da Linha do Norte, e que pressupunha a quadruplicação da via, à superfície, encontra-se ‘fechado’ e arquivado no registo histórico do Instituto do Ambiente (número nacional de AIA 385 / número interno do IA 388), e não tem nada que ver com o actual projecto.

Também não disse que o actual projecto que se encontra em execução não foi alvo da respectiva avaliação de impacte ambiental (AIA), tal como a lei obriga. Antes, a Câmara e a REFER trataram de obter politicamente a dispensa de realização de tal avaliação. Andou mal a Câmara e a REFER. Porque precisamente o processo de AIA não é um daqueles empecilhos para inviabilizar tudo e mais alguma coisa. Antes é um ‘importante instrumento de carácter preventivo, sustentado na realização de estudos e consultas, com efectiva participação pública e análise de possíveis alternativas, que tem por objecto a recolha de informação, identificação e previsão dos efeitos ambientais de determinados projectos, bem como a identificação e proposta de medidas que evitem, minimizem ou compensem esses efeitos, tendo em vista uma decisão sobre a viabilidade da execução de tais projectos e respectiva pós-avaliação’. Dito isto, com a realização de um poderoso instrumento como este, a Câmara e a REFER tratavam de conhecer mais pormenorizadamente a área em causa, antecipando eventuais problemas e propondo atempadamente as respectivas soluções.

Mas o AIA tem ainda um outro contributo precioso, que é o de considerar um período de discussão pública, que bem encaminhado e preparado poderia dar lugar a um forte envolvimento inicial da população no projecto, contribuindo para o devido esclarecimento dos habitantes, obviando a relações difíceis no futuro. Não foi o que a Câmara e a REFER fizeram. Pelo contrário, ‘dispensaram-se’ de o fazer.

Tal facto corrobora a atitude demonstrada pelo vogal já referido atrás. A realização de tal processo de AIA, acarretaria a respectiva dilatação temporal da execução da obra, e isso era coisa que não podia ser. Havia pressa, muita pressa em acelerar processos, por forma a avançar com a obra e a mostrar a obra: a obra vê-se, dizia-se.

Mais. Sustenta que o actual projecto foi validado politicamente através de nova vitória eleitoral nas últimas eleições autárquicas. Mas aqui o sr. Presidente da Câmara revela também uma certa sobranceria pelos valores e princípios democráticos. Primeiro equivoca-se ao admitir que a eleição autárquica foi uma espécie de acto referendário ao projecto de enterramento que defende! Segundo, porque analisando os resultados eleitorais, na verdade o Sr. José Mota ganhou as eleições, mas esquece-se que foram mais aqueles que não votaram nele do que os que nele votaram: 11.366 contra 9.194 votos (+2172 votos), 55,28% contra 44,72% (+10,56%).

Igualmente grave é o sr. Presidente da Câmara usar e abusar do nome do Prof. Paulo Pinho, escudando-se no seu tão propalado parecer sobre a extrema dificuldade em transpor as temíveis ribeiras. Não quero aqui de forma alguma colocar em causa o bom nome do Prof. Paulo Pinho, mas sendo o seu trajecto relativamente público e conhecido por muitos, e apesar da sua formação de base em engenharia civil, o seu percurso académico e profissional é por demais reconhecido na área do planeamento territorial e do ambiente, como atesta a extensa lista de publicações que apresenta no sítio da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, e que eu próprio como profissional da área reconheço, respeito e saúdo. Agora não se pode é admitir que o sr. Presidente da Câmara utilize o seu nome como carne para canhão para validar a sua própria opinião e para fazer crer que não há dúvida possível quanto ao propalado parecer, como se o Prof. Paulo Pinho fosse o perito supra-sumo máximo no país em matéria de hidrografia e hidrogeologia. Na verdade, atrevo-me a dizer, correndo obviamente o risco de eu próprio me equivocar, que este mais parece ter sido uma opinião do género de treinador de bancada. O facto de alguém viver numa zona piscatória não o torna necessariamente num perito em pesca!

Por outro lado, a questão da transposição das ribeiras parece que assumiu contornos de um sagrado inquestionável. Por acaso, que até nem é por acaso, mas resultante da evolução de anos, as duas ribeiras distam entre si, em números redondos, cerca de 2 km, o que permite levar a cabo o presente projecto em execução. Tivessem as duas ribeiras afastadas entre si apenas 1 km, ou até menos, portanto sem espaço entre si para albergar o túnel, muito gostaria eu de ver o sr. Presidente da Câmara a lutar pela insignificância das ditas com a mesma força e intransigência com que agora defende a sua intransponibilidade.

Acresce que quanto à existência dos estudos e projectos, o sr. Presidente veio dizer que se encontravam disponíveis para consulta para quem os quisesse consultar. E ai de quem afirmasse o contrário!. Pois bem sr. Presidente, lembro-lhe que o anterior Presidente da Assembleia, e agora seu vereador, afirmou numa das últimas reuniões do mandato anterior, que não convocaria a dita reunião extraordinária porque não estavam encontrados os pressupostos necessários para a sua realização, referindo-se nomeadamente à falta dos estudos. Mesmo depois do sr. Vereador Rolando de Sousa ter afirmado que os estudos estavam disponíveis para qualquer dos senhores deputados municipais que os quisessem consultar. Acontece que alguns deputados requereram os estudos e publicamente nunca lhes foram concedidos, pelo menos em sede de Assembleia Municipal. Deve ter sido apenas um equívoco, claro. Mas deve ter andado bem o então sr. Presidente da Assembleia no serviço fiel ao timoneiro, que se viu recompensado com um lugar na vereação, tendo estado mal ao serviço do órgão a que presidia e ao serviço do concelho.

Mas sr. Presidente da Câmara, se os estudos estão aí para quem os quiser consultar, porque é que não faz publicidade da sua existência e das suas formas de consulta? Porque não trouxe o sr. Presidente nenhum exemplar para a Assembleia? Porque não manda o sr. Presidente disponibilizar os referidos estudos no sítio Internet da Câmara Municipal? Sabe que até o sr. Primeiro-Ministro, o Eng.º José Sócrates, acenou com os estudos da Ota, gravados em cd’s, na Assembleia da República, e os mandou colocar na Internet? E olhe que não é nada de complicado… desde que existam, claro!

Tito Miguel Pereira

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(in Defesa de Espinho, 23 Fevereiro 2006 / sem edição online)

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

A Política do Contra

A Assembleia Municipal Extraordinária realizada no passado dia 9 de Fevereiro 2006 para discussão e esclarecimento acerca do enterramento da linha férrea, para além de ser pouco informativa, teve o condão de revelar o verdadeiro propósito da maioria reinante: levar por diante a intoxicação do mesmo, isto é dizer nada e atacar politicamente tudo o que não venha do partido, mesmo que seja de interesse comum.

Nessa Assembleia, no chamado “tempo do publico” foram colocadas algumas questões e preocupações da população da Marinha quanto á guetização do lugar, perante o projecto agora em marcha. Depois alguns vogais fizeram pertinentes interrogações acerca do fecho da Obra na zona da Marinha e questionaram o futuro quanto ao ambiente, á qualidade de vida e ao desenvolvimento socio-económico.

Pois todos os presentes tiveram por resposta e esclarecimentos uma oratória do sr. Presidente da câmara durante duas horas e meia, constituída pela leitura de actas e ofícios, alguns não oficiosos, desde 1995 até 2003!!! Nada foi dito de relevante a não ser a glorificação do trabalho desenvolvido pelo próprio em prol da vontade de executar um túnel ferroviário (dito maior de Portugal – mas não é: O do Rossio sim) no centro da cidade…

Em relação ao cerne da questão: problemas ambientais… falta de estudos de impacto ambiental, geológicos, hidrológicos, etc que compulsam o povo da Marinha a preocuparem-se, não foi auscultado qualquer esclarecimento. É grave descortinar em palavras anteriores um profundo interesse no desenvolvimento da Marinha e agora com o silencio se aperceber do retrocesso social que a Obra vai produzir naquele lugar.

O custo deste empreendimento inicialmente previsto para 60 milhões de euro não tem qualquer comparação com o declínio e enfraquecimento das condições mínimas necessárias para uma vivência capaz no local, que se iniciou com o corte da Av. João de Deus – principal avenida da Marinha e continua com o emparedamento em betão a norte, sul e nascente e o mar a poente.

Não existe dinheiro no mundo que indeminize os efeitos maléficos produzidos pela falta de vontade politica para a solução fácil de um projecto mal concebido, a falta de condições de residência, de trabalho e de ambiente.

O objectivo do Sr. Presidente da Câmara em tomar tempo em excesso (até cerca da 1hora do dia 10 de Fevereiro) teve como propósito não permitir a colocação de mais perguntas e pedidos de esclarecimento assim como as suas devidas respostas. Tudo isto com o agravante de a própria presidente da Assembleia Municipal inviabilizar com voto de desempate a criação de uma comissão de acompanhamento da Obra.

Porque? Porque será que a Sra presidente da AME e o Sr. Presidente da Junta de freguesia de Silvalde votaram contra a existência de uma comissão que procuraria ser informativa do decorrimento da obra! O que estará escondido que não convém saber-se? Que interesses se camuflam neste empreendimento?

A maioria do povo da Marinha não entende como é possível que um presidente eleito para defender as legitimas aspirações da freguesia de Silvalde se refugie no silencio e quando é necessário tomar posição de favor na AME vota contra os interesses daqueles que o elegeram.

Esta politica do contra prejudicando os valores éticos e sociais de quem os tem certamente terá como fim, um propósito de há muito aflorado entre o povo de bem da Marinha.

Não podemos ser mais enganados e certamente um passo a ser dado é a futura criação da freguesia da Marinha.

O alerta fica lançado.

Maria Alves (Marinha)

(in Defesa de Espinho, 16 Fevereiro 2006)
(sem ligação online)

Enterramentos e Desenterramentos (parte I)

A Assembleia Municipal de Espinho (AME) finalmente reuniu extraordinariamente para debater a questão do enterramento de linha férrea em Espinho, depois de este mesmo órgão não ter cumprido a deliberação aprovada pela maioria dos seus membros (reunião 7 Julho 2005), de realizar uma reunião extraordinária ainda durante o anterior mandato, com a documentação e respectivos estudos, numa óbvia desresponsabilização e auto-enfraquecimento político deste órgão, pois se a própria AME não cumpre com as suas decisões, como espera que a Câmara, e/ou outros órgãos e organismos respeitem e acatem as suas recomendações?!

Instada várias vezes para a realização da referida reunião extraordinária, inclusive por mim próprio numa intervenção no período do público, a actual Presidente da AME exprimiu a sua vontade de a realizar, confidenciando até a sua vontade de realizar uma sessão pública de debate aberta à participação dos cidadãos. Mas tivessem sido apenas palavras de circunstância, ou não conseguindo fazer valer politicamente a sua vontade, viu-se ultrapassada pela manobra de diversão do PSD, tendo sido obrigada a convocar tal reunião.

A manobra não me causou grande entusiasmo por não atribuir à actual Presidente a oportunidade de falhar ou de provar o seu comprometimento com a deliberação vinda do mandato anterior, e com a vontade que ela própria expressou; e por não acautelar que os requisitos aprovados anteriormente fossem satisfeitos: a disponibilização da documentação e dos estudos, e a presença dos responsáveis da REFER e pelos pareceres, como foi requerido à Mesa pela então vogal Maria Goreti (reunião 12 Julho 2005).

Mais do que discutir a questão do enterramento, esta reunião serviu para um cerrar fileiras na arena política, digladiando-se as forças em combate, tentando cada uma das partes chamar a si o (falso) papel de defensor-mor das preocupações dos cidadãos. O debate numa lógica global de desenvolvimento do concelho nunca teve lugar. As estratégias, as repercussões e transformações, as formas de informação e esclarecimento dos cidadãos, entre outros aspectos, não foram tidas nem achadas.

Em suma, o resultado final traduziu-se no esfrangalhamento total da bancada da ‘coligação’, mais sentido no PSD, pela óbvia gincana que foi percorrendo ao longo do tempo, na coerência da CDU, que tem sido a força que sempre defendeu o prolongamento do enterramento, e na coerência do PS na defesa intransigente do seu timoneiro, mais do que na defesa dos verdadeiros interesses do Concelho, não interessando se é bom ou mau, o que interessa é a manutenção e reprodução do poder.

O sr. Presidente, esse, esteve igual a si próprio, no seu melhor estilo de desmesurado populismo, a fazer de conta que explicava muito, explicando muito pouco, conseguindo, no entanto, ‘esclarecer’ e/ou ‘convencer’ os mais incautos. O inacreditável, ou não, é que se tenham encontrado entre os incautos muitos dos elementos do próprio PSD!

[A facilidade com que o PSD se deu por derrotado foi por demais atroz. Está o PSD assim tão fraco? Ou será que faz sentido perguntar se terá sido a forma encontrada pelo PSD de enterrar o enterramento?]

Sobram, contudo, alguns aspectos reveladores que importa combater e/ou desmistificar.

Importa desmistificar a ideia de que o enterramento apenas afecta negativamente a população da Marinha, e que a defesa do prolongamento é uma ideia ‘descabida’ dos habitantes desta parte da cidade. Puro engano. Mais do que um problema da população da Marinha, este é um problema de todo o Concelho. O actual projecto não só não serve os interesses da Marinha, como não serve os interesses a Norte, e não serve os interesses do Concelho de uma forma geral. Entendido no quadro de uma intervenção abrangente e ambiciosa, de longo prazo, e não apenas da execução de uma obra isolada, este projecto não serve uma estratégia global de contribuir para a unificação e coesão interna da cidade, e da consolidação de uma nova centralidade urbana.

Mas como se vem percebendo, visão e estratégia de desenvolvimento a longo prazo para o concelho, é coisa que não se vislumbra. O exemplo da área da antiga Fábrica Brandão Gomes. Anos a fio ao abandono, a pensar o que fazer, a mexer aqui e ali, resultando numa manta de retalhos com intervenções pontuais e casuísticas. Agora, parte dos terrenos servem de muleta para equilibrar o orçamento municipal, através da consagração de uma receita proveniente de uma eventual venda desses terrenos. Ora, se a Câmara sabe verdadeiramente o que vai fazer, e não quer vender os terrenos, anda mal, em termos financeiros, a socorrer-se de um subterfúgio inscrevendo uma receita que sabe à partida que não a vai ter. Se a Câmara pretende vender os terrenos, anda igualmente mal porque confirma que não tem nem é mobilizadora de uma intervenção qualificadora de conjunto. No caso de a Câmara vender os terrenos e tiver em mente determinada intervenção que ainda se desconhece, enquadrada numa espécie de agenda oculta, então é duplamente grave.

Importa também endereçar alguns apontamentos críticos a certas intervenções durante a Assembleia, às quais não se pode de modo algum ficar alheio.

Certo vogal veio a terreiro defender a obra do timoneiro, sustentando a sua defesa em referências às características hidrográficas e hidrogeológicas em presença, falando no desenvolvimento, no sub-solo, de bacias hidrográficas, quando devia querer falar em aquíferos, lençóis freáticos, níveis freáticos ou superfícies piezométricas, ou até querendo referir-se às características de percolação e de permeabilidade. Para avalizar a sua opinião, exprimiu um princípio válido, segundo o qual, como arquitecto, e urbanista, não iria defender a alteração de linhas de água. Aqui ocorre em dois equívocos. Primeiro, a referência à formação e à actividade profissional para valorizar a sua opinião não pode ser totalmente considerada como avalizadora da mesma, uma vez que é claro que o vogal socorre-se de um princípio para sustentar uma opinião política já tomada, e não toma a opinião política baseada no princípio que refere. Segundo, se o vogal admite como válido aquele princípio, como arquitecto, também não devia admitir intervenções prejudiciais do ponto de vista do desenho urbano e da criação de barreiras urbanísticas. Mais a mais, em urbanismo é como na culinária: tem que ser q.b. Finalmente, num provincianismo considerável, defende que o túnel é uma forma de colocar Espinho no mapa, pois passará a contar com o maior túnel ferroviário do país! Sr. vogal, eu defendo um túnel ainda mais longo! Devia era estar de acordo comigo! Seguindo o seu raciocínio, eu coloco ainda mais Espinho no mapa! Sabe que em Viseu bateram o record do Guiness do maior pão com chouriço do mundo? Mas logo a seguir em Vagos fizeram um pão com chouriço ainda maior e ficaram com o record! É melhor prevenir que remediar! Temos de impedir que alguém venha a seguir e faça um túnel ferroviário ainda maior!?

Um outro vogal, veio ‘relembrar’ que a obra não era da Câmara, era da REFER. E questionava-se se a REFER teria de fornecer a informação sobre o projecto. Ao que ele próprio respondeu: era o que faltava! E acrescentou: era o que mais faltava se agora fossemos às empresas pedir informações sobre elas!
A Câmara e a REFER assinaram um protocolo visando levar a cabo o projecto em debate. Este é um projecto conjunto, e é óbvio que a Câmara tem um papel importante, e tem de responder por isso. Ainda que haja total separação e autonomia no que a cada instituição ficou atribuído executar, a Câmara poderá não ter obrigação formal, mas tem obrigação moral e política de zelar pelos melhores interesses dos seus munícipes e de interceder junto da REFER, e de outras instituições julgadas necessárias, já para não falar que a obra decorre em território do Concelho de Espinho. Já quanto ao acesso à informação, o sr. vogal não deve estar a viver no tempo em que está! Então a Constituição Portuguesa não prevê o direito de acesso a documentos administrativos (Lei de Acesso aos Documentos Administrativos, Lei 65/93, de 26 de Agosto, alterada pelas Leis 8/95, de 29 de Março, e 94/99, de 16 de Julho) e o direito de acesso à informação procedimental (Código do Procedimento Administrativo, DL 32/91, de 20 de Julho, alterado pelo DL 34/95, de 18 de Agosto)? No âmbito dos documentos administrativos, inscrevem-se as instruções, processos, relatórios, dossiers, pareceres, actas, autos, ordens de serviço, estudos e estatísticas, em quaisquer suportes (gráfico, sonoro, visual ou informático). São abrangidos por este regime os órgãos do Estado com funções administrativas e as entidades que, embora sejam formalmente privadas, exerçam poderes de autoridade, incluindo a REFER. Mesmo na actividade exclusivamente privada existem regulamentações que obrigam à publicitação de várias informações. Está tudo explicado. Com atitudes ditatoriais dessas, não é preciso demonstrar mais nada sobre a verdadeira postura neste processo: é o quero, posso e mando! É caso para dizer: era o que faltava!

Tito Miguel Pereira

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(in Defesa de Espinho, 16 Fevereiro 2006 / sem edição online)

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Intervenção de Domingos Marques Monteiro na Assembleia Municipal de 13.02.2006

Passava da duas da manhã do passado dia 10 de Fev quando daqui saí insatisfeito porque, mais uma vez, não obtive resposta à pergunta que fiz sobre a manutenção ou não do apeadeiro de Silvalde e da futura localização do de Paramos.
Não me surpreendeu tanto a falta de resposta à pergunta como ouvir, por parte da oposição que requereu a reunião, a opinião de que face aos documentados esclarecimentos não se deviam estender às outras freguesias, quando pensava eu que era pretendido o completo esclarecimento de todas as preocupações à volta deste assunto.
A 19 de Janeiro último, podia ler-se na Defesa de Espinho que haviam obras a realizar em Paramos que ainda podiam merecer melhor escolha quanto ao local, afinal, parece não haver preocupação que só se saiba o que vai ser feito quando tudo já estiver definitivamente decidido pela REFER, como vem sendo hábito.

A demonstração feita durante grande parte do tempo pelo Sr. Presidente da Câmara, através de documentos incontestáveis, deixou claro que ao longo da última década o executivo se esforçou muito para conseguir a obra e que a Assembleia Municipal de Espinho aprovou sem votos contra o actual enterramento da linha.
Essa é uma verdade que eu também assumo porque a votei a favor, perante esta alternativa: Ou queremos esta obra, o que é muito pouco, ou não teremos obra nenhuma, sem se saber nada quanto aos impactes negativos que agora se evidenciam. E até assumo em 3 0/09/2003 votei como todos os outros uma saudação pela obra.
Nesta última Assembleia, para além do esclarecimento quanto às passagens desniveladas, sem incluir as de Paramos, em detrimento do debate esclarecedor que os munícipes desejavam, a maioria do tempo foi passado, como é habitual, no aproveitamento político e aqui foi dito “com muita música” e ditado em declaração de voto que a Assembleia foi aproveitada para “a chicana política”.

Os seus resultados formais resumiram-se à reprovação, com o voto de qualidade da Senhora Presidente da Mesa, de todos os documentos da oposição que sugeriam o estudo de correcções, de melhor clarificação e da criação de uma comissão eventual de acompanhamento para a obra e, da mesma forma, à aprovação de um outro documento demonstrando que tudo tem sido bem decidido e que não é preciso criar mais nenhuma comissão de acompanhamento.
Assim vem sendo ao longo da última década - a Assembleia Municipal, democraticamente pactua com o poder executivo; Não é promovido o debate publico com as populações afectadas (o último que conheço foi. realizado em 96 no salão da Banda em Paramos) e para essa lacuna a Assembleia Municipal de Espinho também contribui,, além, domais,. ao não respeitar as suas próprias deliberações no sentido de uma mais ampla discussão dos assuntos que particularmente mais afectam as freguesias, porque ‘não realiza lá as Assembleias como decidiu, pelo menos por quatro vezes a 24/5/99, 11312002, 28/02/2003 e 11/3/2004, nas duas últimas por unanimidade.

A Assembleia Municipal nem sequer tem obrigado a respeitar o seu próprio Regimento, ao permitir que o executivo não satisfaça requerimentos veiculados pela mesa da Assembleia motivo que me levou a renunciar ao cargo de vogal, corno deve constar nas actas, demonstração de que nem os membros da Assembleia Municipal conseguem ver dissipadas as suas dúvidas.

Espero ao menos obter hoje a resposta que não me foi dada, fazendo a mesma pergunta doutra forma:
Se, relativamente aos apeadeiros de Paramos e de Silvalde, conseguiu ou não a Câmara garantir a posição tomada pela autarquia, conforme documento aqui lido pelo Sr. Presidente da Câmara, de não permitir a mudança ou a alteração daqueles apeadeiros sem o consentimento dessas populações afectadas?

Finalmente, face a tudo isto, penso que seria benéfico para todos que os cidadãos interessados promovessem o debate público de ideias sobre este assunto noutro local, convidando os eleitos das autarquias, porque este órgão rege-se por normas que, devendo ser respeitadas, são limitadoras do debate público entre a população e acabam também por permitir aos vogais recorrer aos pedidos de esclarecimento, protestos, contra protestos e muito mais, tomando difícil evitar os aproveitamos que aparecem à volta ‘de casos desta dimensão.

Domingos Marques Monteiro

domingo, fevereiro 12, 2006

José Mota não convence munícipes

Autarca insiste que túnel maior obriga a investir mais 125 milhões de euros
O presidente da Câmara de Espinho não convenceu os moradores de Silvalde sobre a impossibilidade de estender o túnel da linha férrea além do centro da cidade. José Mota diz que é necessário mais 125 milhões de euros. Moradores acreditam que o montante não ultrapassa dez milhões.

Os representantes do Movimento Pró-enterramento da Linha Férrea na Marinha de Silvalde (MOPELIM) não aceitam os argumentos apresentados em Assembleia Municipal pelo presidente da Câmara de Espinho sobre a impossibilidade de estender o túnel desde a Ribeira do Mocho, a Norte, até à Ribeira de Silvalde, a Sul. “Ninguém acredita que a obra ficaria mais cara 125 milhões de euros”, comentou ao JANEIRO Samuel Pereira, responsável do MOPELIM.

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(in Primeiro de Janeiro, 12 Fevereiro 2006)

sábado, fevereiro 11, 2006

Túnel maior custaria mais 125 milhões

José Mota explicou que reivindicação da população do Bairro da Marinha teria custos altíssimos Em vez dos 60 milhões de euros previstos para a obra de rebaixamento da linha férrea em Espinho seriam necessários cerca de 185 milhões, caso se construísse um túnel maior do que o projectado. Isso mesmo foi garantido, anteontem, pelo presidente da Câmara, José Mota, numa sessão extraordinária da Assembleia Municipal. Encontro que visava debater a obra de enterramento e, sobretudo, as razões que levam a REFER a não aumentar a área de linha enterrada de forma a não prejudicar as populações da Marinha de Silvalde e do Rio Largo.

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(in Jornal de Notícias, 11 Fevereiro 2006)

sábado, janeiro 28, 2006

Assembleia reúne-se para discutir linha férrea

A Assembleia Municipal de Espinho vai reunir-se, extraordinariamente, para discutir a questão do enterramento da linha-férrea. O requerimento foi entregue, anteontem à noite, pelo líder da bancada da coligação PSD/CDS-PP à presidente daquele órgão, Graça Guedes, que deverá marcar a sessão extraordinária nos próximos dias. Em princípio, a reunião deverá realizar-se dentro de duas semanas.

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(in Jornal de Notícias, 28 janeiro 2006)

sexta-feira, janeiro 27, 2006

Oposição quer debater enterramento

PSD faz requerimento à Assembleia Municipal para sessão extraordinária

As últimas notícias que têm vindo a público relativas aos entraves na obra de enterramento da linha-férrea levaram a bancada social--democrata a pedir à Assembleia Municipal uma sessão extraordinária para esclarecimento dos espinhenses. A vontade parecia consensual a todos os grupos partidários, e até à presidente da mesa da Assembleia, no entanto, o debate foi aceso e demorado.

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(in JornalRegional.com, 26 Janeiro 2006)

Câmara reconhece litígio entre REFER e empreiteiros

Obras de rebaixamento da via-férrea sob risco de sofrerem mais atrasos

Apesar de Rolando de Sousa, vice-presidente da Câmara de Espinho, reconhecer o litígio entre a REFER e o empreiteiro da obra, a ferroviária nega qualquer problema, adiantando, no entanto que existe uma “questão” entre as duas partes. A dona da obra nega também que a construção esteja parada.

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(in JornalRegional.com, 26 Janeiro 2006)